Créditos, créditos aos meus devaneios.
Penso em mim como distante, ausente.
A voz da comissária apenas marca um tempo e um local indesejado.
Gostaria de estar longe, onde o vento soprasse outra existência, onde o silêncio presentificasse minha contida pulsão de vida.
Penso no amanhã e vejo, ou melhor, não vejo, pressinto luta.
É fato que me liberto nas palavras, esvazio nelas meu grito, minha dor.
A criança esperneia na placenta que a mantém viva e eu ao escrever sinto envolto pela placenta, vou me libertando pelas palavras acertadas em seus espaços.
A página em branco denuncia algo atroz, é o vazio cheio que pede socorro, desespera por sentidos, pela vida.
Brancura que sufoca, engasga implorando definições, conceitos. Busca ancorar em terra firme.
Um grande código que espera ser decifrado, um labirinto que leva a alguma parte, e por ser assim, desperta interpretações, conclusões, razões tantas.
É a vida despida de vestes humanas.

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