A respiração suspensa acomoda impressões de um mundo presente.
Decifro a existência num desejo de compreender segredos aparentemente indecifráveis.
Viver é adormecer dores, é resistir ao ímpeto da morte espreitando nossa curta experiência.
O coração perde o ritmo denunciando resvalo na verdade.
Descompassado, me conscientiza da brevidade da vida.
O coração é sábio em decifrar as horas, em revelar verdades ocultas.
É preciso silenciar o mundo interior para ouvir o clamor do coração.
Mestre na experiência humana, o coração tem linguagem própria, seu pulsar revela no ritmo a escrita do mundo.
Meu coração hoje está descompassado, como uma criança, balbucia segredos ainda adormecidos da minha percepção. Suspeito: amores adormecidos, amigos distantes, medos inconfessos, paixões recolhidas.
O ritmo muda, pressinto compreender o apelo do coração, confirmar suas suspeitas.
É saudade dolorida ministrando o compasso do meu coração.
Poesias
Suspeitas fundadas
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