Infelizmente agora tudo volta ao normal. Passado o jogo político, em que as pessoas se sentem tomadas pela luta "democrática" os ânimos se acalmam, os olhares se voltam para suas próprias lutas internas, muitas delas demasiadamente tristes, o que torna possível compreender a obstinação com a campanha, uma maneira de fugir da própria realidade.
Impressiona-me muito todo esse circo entorno das eleições. Para um espectador indiferente ao calor das eleições, o juízo que deve fazer é de uma sociedade que zela pela sua pátria, capaz de romper laços familiares, de travar inimizades, de sapatear sobre os princípios éticos, tudo para defender sua cidade, seu estado, nação. Certamente esse espectador ficará comovido com a luta desse povo até o último minuto das eleições.
Mal sabe ele que nem bem o dia amanheceu e a euforia já dorme o sono dos deuses, só acordará daqui 4 anos quando a tenda será novamente armada. Daqui em diante entrará em cena o velho e conhecido teatro dos bárbaros. Promessas ficaram empoeiradas nas gavetas, os mimos distribuídos durante a campanha serão cobrados com juros disfarçados na omissão com a saúde, na merenda escolar, em obras irregulares, viagens e mais viagens.
E os guerreiros? Sim, os guerreiros que lutaram bravamente pelos seus candidatos, que lotaram as páginas do facebook, que fizeram das mesas dos botecos palcos de defesas calorosas pelos seus candidatos. Onde vão estar eles quando a maquina funcionar de marcha ré, quando seus candidatos envergonharem nossas cidades com o descaso de sempre, quando tudo cair no esquecimento? Onde?
Essa é nossa história, esse é nosso sintoma, essa é a nossa doença.
Teuler Reis
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