Pessoas de "salto alto".
Existem pessoas que passam a vida num "salto alto".Embora vivam se equilibrando para não caírem, não conseguem se verem no mesmo plano que os demais. Padecem de baixa autoestima, são arrogantes, prepotentes, se julgam melhores que as outras, não pensam nas consequências de seus atos nem de seus julgamentos precipitados. Pessoas assim podem passar toda uma vida sem saberem realmente qual o sentido da existência. O "salto alto" lhes impedem de olharem o mundo com segurança, aterem-se aos pequenos detalhes. E, por assim viverem, alojadas no "salto alto", saem pisoteando nas melhores sementes em germinação, destroem o sonho de crescimento de muitos e acreditam estarem arrasando no salto agulha que tanto fere seus semelhantes. Mal sabem elas que o "salto", como tudo na vida, um dia acaba e assim chegará o tempo da despenca. Sorte delas que nós, pés no chão, estaremos firmes para ampará-las em sua queda fatídica.
Teuler Reis
Meus olhos estão míopes ou talvez seja essa a medida exata da minha felicidade? Caminhos trilhados dizem pouco ou nada de um coração conformado com pouco, feliz em despertar com a luz de um novo dia, uma xícara de café, o som de alguns pássaros e quem sabe o prazer de uma visita inesperada. Sinto que a matriz, modelo apto a ditar destinos e caminhos, caminha á minha margem sem chances de abraçar minha existência. A mim importa a poesia da vida, importa me importar com o outro, com o amor, fazer amigos, cultivar amigos, ser intenso, sentir saudades dos queridos e me emocionar sempre. Luxo para mim é ser simples!
Teuler Reis
Passar pela vida e não se banhar no rio da sabedoria é como andar por um jardim de flores e não sentir o perfume, e mais, é como não perceber as cores.
O neto pergunta ao seu avô:
- Vô porque algumas pessoas sofrem tanto?
O avô com seus muitos banhos no rio da sabedoria responde ao neto:
- elas apenas têm uma dívida e estão pagando.
O neto pensa um pouco e fica a refletir. Depois de perceber que algumas pessoas sofrem sem motivo aparente, volta a perguntar o avô:
- Vô, mas nem todos fizeram mal e porque ainda assim sofrem?
- porque essa dívida meu neto, nós carregamos para outras vidas. Nunca pense estar sendo esperto ao passar o outro para trás. Em algum momento você será responsabilizado por isso.
Ferir o outro é escurecer a própria alma.
Teuler Reis
Não! Não tenho gavetas, nem cômodos para guardar minhas dores nem sofrimentos. Ficam por aí mesmo, rabiscados em versos e prosas, ungidos num desejo de liberdade, às vezes se rompem em lágrimas, em outras, caminham pelo meu corpo causando danos.
Transparência tamanha é acompanhada, por vezes, do medo, receio do ridículo, dúvidas do incômodo, temor da solidão. As pessoas preferem cercar-se da alegria. A dor só tem lugar se inevitável, se intrusa no imaginário véu da tranquilidade. No código secreto a regra é clara: cure-se primeiro, depois seja bem vindo. Nessa cruel matemática tira dez quem aprende cedo somar as alegrias e subtrair as dores, ainda que as regras lhe apontem caminhos obscuros. Se o outro é capaz de lapidar a alma, dificilmente se dá o trabalho de retocar, de reconstituir, pois há sempre dor quando as sombras ofuscam o brilho da alma.
Lutar é sem dúvida uma decisão solitária, complexa, atemporal, necessária para encurtar a distância do outro. Nessa luta, em que lágrimas fazem a ponte entre a alma sentida e o mundo afetado resta a certeza de um novo amanhã.
Teuler Reis
VERDADES AMARGAS.
Ideias novas precisam de tempo. Imagino que elas ficam circulando na nossa cabeça até ganharem maturidade. Por isso, talvez, seja importante aguardar um tempo para proferir comentários acerca delas. Tenho vivido com a questão da Lei seca "assombrando" meus pensamentos. Confesso, no primeiro momento, não tive dúvidas acerca de sua importância para conter o número de acidentes causados pelo uso do álcool. Mas, devo admitir, e isso não significa que posso ser convencido do contrário, ou mesmo mudar de ideia sobre o assunto, até porque, valorizo muito nossa capacidade de mudar de opinião, de crescer, no que diz respeito a visão de mundo, ando insatisfeito com meus questionamentos sobre a tal lei. Nesses momentos de insatisfação, penso que estou sempre pagando a conta do sujeito incapaz de viver na sociedade com respeito ao outro. É como se as leis não viessem para me proteger, mas para tolher minha liberdade. Liberdade de ser correto, de saber dos meus limites, de poder tomar uma cerveja com amigos sem extrapolar e colocar a vida do outro em risco, enfim, por traz desses questionamentos olho para minha sociedade. Filhos de 8, 9 anos agredindo pais, uma geração de déspotas como definiu uma pesquisadora da USP, tomando conta das relações familiares.
Essa é nossa sociedade do futuro? E me pergunto: as próximas leis serão criadas para conter essa geração? Para conter seus arroubos? Percebem? o foco das leis está sempre direcionado ao infrator, ao sujeito incapaz de viver com respeito ao outro, ao sujeito destituído da condição de cidadão. E se a cada dia eles avançam sobre nós, ficaremos a cada dia mais oprimidos na nossa liberdade? É essa a matemática em questão? Estou errado? Não corremos o risco de chegar o dia em que não poderemos mais circular pelas ruas em determinados horários?
Sei que exagero na representação, mas é preciso para compreender os caminhos da nossa sociedade. Atualmente o que mais escuto das crianças que atendo é que vão chamar a polícia para os pais. Basta o pai segurar firme no braço que a ameaça vem.
Como disse não tenho uma opinião sólida nesse momento, mas tenho a angústia de algo não vai bem. Acredito que o momento é de muita reflexão. Não quero sentir o que ando sentindo. Não quero pensar que a ditadura está viva de forma camuflada. Não quero perder meus direitos de viver com responsabilidade por causa de pessoas que não se sentem responsáveis pelo mundo, pelo outro, pela sociedade como um todo. Por isso, compartilho minha angústia, com esperança de que novas reflexões venham acalmar minha alma.
Grato
Pensamentos
Verdades Amargas
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