Fecho os olhos e o espaço se traduz em lembrança da infância.
As fronteiras do quintal da casa dos meus avós eram tão distantes quanto o futuro para mim.
Me perdia no espaço e no tempo.
Também eram grandes as fronteiras do tempo. Um ano mal cabia na minha cabeça. Longas noites separavam a visita do bom velhinho de barbas brancas.
O longo tempo encurtou o espaço.
Agora as fronteiras se cumprimentam.
A floresta encantada se transformou num jardim de recordações.
O longo tempo encurtou também a si mesmo.
Já consigo guardá-lo em 12 meses.
O tempo voa.
Abro os olhos e estou numa sala de aula.
Bem à minha frente revejo o tempo perdido e a imensidão do espaço nos olhos do meu aluno.
O tempo e o espaço da criança são medidas guardadas na nossa memória.
É preciso recuperá-las para compreender a criança.
Para educar é preciso encontrar a sintonia certa.
Quando o tempo e o espaço da criança e do professor se inscrevem numa mesma melodia, o conhecimento surge com leveza e é prazeroso.

Teuler Reis

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