Há um quarto dentro de mim. Sua porta, invisível às vezes, aguarda momentos de claridade.
Tento saber das histórias guardadas nos cantos, lembranças sofridas de uma vida entalhada com prazer e dor.
Na dureza das horas sinto o peso do quarto. Vejo-me empunhar o ombro e me atirar em direção da porta.
Uma fechadura se rompe e revela segredos, sonhos, lamentos, desejos proibidos.
No instante seguinte desfruto de um alívio. Um quarto que aguarda.
Um suspiro  denuncia o recinto. Ele é denso, palavras amontoadas.
Espio pela fechadura, letras e mais letras.
Meu olhar provoca pavor e elas recuam, deixam o vazio. Outro suspiro.
A porta some, desaparece na distração encomendada.
Lá fora a natureza se faz amarela. Rochas de intenso verde.
Uma controvérsia insiste em manter a lacuna, delatar o quarto. Suspiros. 
Uma alma apaixonada pela vida.

Teuler Reis

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