Não tem como ficar imune ao encantamento provocado pela copa. Todos ficam contagiados e demonstram o entusiasmo de diversas maneiras. Domingo, dia 20 de junho, ao sair de casa para assistir ao jogo entre Brasil e Costa do Marfim, levei comigo uma máquina fotográfica. O propósito inicial era colher algumas cenas da entusiasmada torcida brasileira. Em cada rua, cada prédio, cada esquina, estavam as cenas de um povo apaixonado pela pátria; orgulhosos de serem brasileiros. Durante o pequeno trajeto até a casa do meu amigo colhi diversas cenas, detalhes. Mais tarde, já em casa, ao organizar as fotos, fui acometido de um sentimento ruim. Esse patriotismo é verdadeiro? Temporário? Seletivo? Perguntas como essas vagavam em minha cabeça trazendo uma sensação de desconforto. Minhas reflexões me apontavam para a dura realidade que vivemos. O sentimento de ser uno e se sentir parte de uma mesma nação nos falta. Na maior parte do tempo as pessoas estão revestidas por um individualismo extremo. Nem parece que somos uma sociedade e temos vontades compartilhadas, ou deveríamos ter. Penso que se tivéssemos a mesma emoção demonstrada num jogo de copa do mundo no nosso dia a dia, grande parte das nossas mazelas seriam resolvidas. A gentileza, pouco vista no cotidiano, é um bom exemplo. Observem como as pessoas em dias de jogo ficam gentis. Porque não agir assim no dia a dia? O que nos falta para que esse espírito de patriotismo seja uma constante em nossas vidas? De uma coisa estou certo: as coisas podem ser diferentes; é possível usar da gentileza, do espírito de solidariedade para transformar o mundo.
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